Tô com muita vontade de encerrar o blog.
Quando comecei esse blog eu estava em uma fase estranha da minha vida, por algum motivo eu estava com muita vontade de escrever e também estava gostando daquilo que escrevia. Porém, as coisas mudam.
O tempo foi passando e aconteceram coisas realmente muito boas comigo mas, como diz o ditado, o que vem fácil vai fácil, então as coisas boas se foram e deram lugar à uma maré bem complicada. E, por eu não gostar muito de me abrir com as pessoas mais próximas, comecei a falar das coisas que sentia/sinto neste espaço. (Gosto de bancar o durão, e não fica bem um cara durão se lamentando com os outros por aí)
O blog, que no início tinha a funçao de publicar algumas estórias que eu escrevia, virou uma ferramenta para minhas lamentações, exatamente o que eu não queria. Conforme o que foi publicado no primeiro de todos os posts.
Não quero mais ficar me lamentando aqui e, também não to querendo publicar o que escrevo, já que estou achando tudo uma grande bosta.
Isso me fez decidir dar uma paralizada no blog.
O blog tá merecendo ser deletado mas não vai. Ele vai viver e continuarei visitando os que gosto.
E não sei quando voltarei a postar aqui, talvez essa decisão mude e eu recomece bem rápido, não sei. Sinceramente.
Até mais, e vamos seguindo em frente, com força e determinação.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
sábado, 6 de setembro de 2008
Um último adeus
5:00 da manhã - Hora de acordar.
Ele se levanta, toma um banho rápido e come qualquer coisa, não podia se atrasar, era um dia muito importante.
5:40 - Pega o ônibus, apesar do frio e de ainda ser bem cedo já havia uma pequena fila no ponto, mas nada que não estivesse acostumado. Na verdade, era uma rotina pegar ônibus muito mais cheios.
6:55 - Chega ao ponto de encontro, bairro do Cruzeiro, e estavam todos lá. Três Homens e duas mulheres, velhos conhecidos que há muito não se viam. Um longo abraço em todos eles e logo seguiram para o encontro do último que faltava.
Durante o caminho conversaram pouco, nem parecia que faziam anos que não se viam. Todos eles carregavam uma grande tristeza no olhar. Quando chegaram no local desejaram que tudo aquilo fosse mentira, talvez um sonho, não era. Estavam no cemitério Parque da Saudade e ali seria enterrado um grande homem, talvez o maior que já conheceram.
Morreu sozinho em um quarto de pensão, ataque cardíaco enquanto enchia a cara de vinho barato e ouvia seus discos de jazz. Era apaixonado por jazz. Morreu fazendo a única coisa que gostava desde que tivera seu filho assassinado em um assalto enquanto saía do trabalho, naquele dia sua alma também havia morrido, só esqueceram de avisar ao corpo. Um homem brilhante, culto, poeta, destruído pelo acaso da vida.
Estavam presentes poucas pessoas no enterro, além dos cinco apenas algumas outras, talvez familiares. Havia se afastado do convívio social e se isolado em seu mundo fechado.
Enquanto o caixão descia para o túmulo todos choraram, queriam ao menos uma última oportunidade de reunir-se como faziam enquanto eram jovens e sonhadores. Mas não eram mais, a vida transformou todos eles, descobriram que não poderiam mudar o mundo e perderam o espírito da juventude, e, agora viam enterrar o mais sonhador de todos eles.
Um último abraço e despediram-se todos, cada um decidiu sem contar aos outros, que não se encontrariam mais, sem o responsável pela união de todos eles não haveria mais motivos.
Ele se levanta, toma um banho rápido e come qualquer coisa, não podia se atrasar, era um dia muito importante.
5:40 - Pega o ônibus, apesar do frio e de ainda ser bem cedo já havia uma pequena fila no ponto, mas nada que não estivesse acostumado. Na verdade, era uma rotina pegar ônibus muito mais cheios.
6:55 - Chega ao ponto de encontro, bairro do Cruzeiro, e estavam todos lá. Três Homens e duas mulheres, velhos conhecidos que há muito não se viam. Um longo abraço em todos eles e logo seguiram para o encontro do último que faltava.
Durante o caminho conversaram pouco, nem parecia que faziam anos que não se viam. Todos eles carregavam uma grande tristeza no olhar. Quando chegaram no local desejaram que tudo aquilo fosse mentira, talvez um sonho, não era. Estavam no cemitério Parque da Saudade e ali seria enterrado um grande homem, talvez o maior que já conheceram.
Morreu sozinho em um quarto de pensão, ataque cardíaco enquanto enchia a cara de vinho barato e ouvia seus discos de jazz. Era apaixonado por jazz. Morreu fazendo a única coisa que gostava desde que tivera seu filho assassinado em um assalto enquanto saía do trabalho, naquele dia sua alma também havia morrido, só esqueceram de avisar ao corpo. Um homem brilhante, culto, poeta, destruído pelo acaso da vida.
Estavam presentes poucas pessoas no enterro, além dos cinco apenas algumas outras, talvez familiares. Havia se afastado do convívio social e se isolado em seu mundo fechado.
Enquanto o caixão descia para o túmulo todos choraram, queriam ao menos uma última oportunidade de reunir-se como faziam enquanto eram jovens e sonhadores. Mas não eram mais, a vida transformou todos eles, descobriram que não poderiam mudar o mundo e perderam o espírito da juventude, e, agora viam enterrar o mais sonhador de todos eles.
Um último abraço e despediram-se todos, cada um decidiu sem contar aos outros, que não se encontrariam mais, sem o responsável pela união de todos eles não haveria mais motivos.
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